O chefe do Departamento de Proteção Animal, Marlon Bardaiul, foi à Delegacia de Polícia Civil no início da tarde dessa quarta-feira (13), para registrar um absurdo.
Tudo começou há alguns meses quando o departamento resgatou um cachorro que estava à beira da morte devido aos maus tratos que sofria.
No Centro de Controle de Zoonoses, o animal, muito combalido, foi tratado e teve doenças e feridas curadas. Salvo estava, afinal.
A história desse cão repercutiu na cidade e suas imagens viralizaram que mostravam como ele foi resgatado e tratado.
A vida desse animal continuava a mudar para melhor após ser resgatado do que poderia, em dias, ser sua morte – justamente pela forma em que estava. Ele passou por todo um processo de reabilitação, com medicamentos específicos.
Já saudável, o Centro de Controle de Zoonoses recebeu a visita de um homem que, naquele momento, estava disposto a adotar um animal de estimação e mudar a vida dele para sempre. Viu, nesse cachorro, o animal que queria para conviver.
Já dá para imaginar o olhar do cãozinho notando que teria uma vida melhor daquela que vivera até o resgate. Todo o processo de adoção foi feito pelo Departamento de Proteção Animal, com castração e chipagem. Pronto, era a hora de mudar de vida.
Adotado, ele foi levado do local onde reencontrou a vontade de viver. Aos amigos do departamento, ficou a gratidão de ser, finalmente, bem tratado.
Mas, como a vida não é um conto de fadas ou de filme em que o final termina como se sonha, esse cãozinho teve uma surpresa nada agradável. Foi novamente abandonado. Imagina-se aí os traumas psicológicos que voltaram a atormenta-lo novamente?
Ouça o chefe do Departamento de Proteção
Marlon Bardauil, que há décadas trabalha com bem-estar animal, relatou que esse cão vive um drama atrás do outro. “Nós o resgatamos em situação de maus tratos, há uns seis meses, e conseguimos reabilita-lo”.
Ele informa ainda que na semana passada “um senhor esteve aqui, viu o animal, achou muito bonito, e quis adota-lo. Nós, então, realizamos todo o procedimento e ele fez a adoção”.
Mas a surpresa de todos os integrantes do departamento, aproximadamente três dias após ser levado, ele foi abandonado.
“Ele (senhor que adotou) abandonou ele na rua. Nós fomos avisados, buscamos o animal, identificamos através do chip implantado que era esse animal que estava aqui com a gente, e ficamos muito indignados com essa situação”.
O coordenador do órgão disse ainda que, diante da situação, resolveu denunciar esse cidadão a Polícia Civil “para as ações cabíveis. Isso é muito triste e lamentável”.